TURISMO, GESTÃO HOTELEIRA E O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO: MUNICIPIO DE INHAMBANE, MOÇAMBIQUE
DOI:
https://doi.org/10.32358/rpd.2019.v5.364Palavras-chave:
hotelaria, turismo, desenvolvimento, comunidade localResumo
Analisa as práticas operacionais das unidades hoteleiras no Município de Inhambane, avalia seus impactes socioeconómicos no seio da comunidade local e propõe medidas qualitativas de operações hoteleiras que promovam um desenvolvimento socioeconómico mais sustentável. Segue o modelo metodológico preconizado por Quivy e Campenhoudt para as ciências sociais e tem como objetos de estudo as unidades hoteleiras e seus trabalhadores. Apresenta as seguintes dimensões em análise: o efeito multiplicador das operações das unidades hoteleiras, a qualidade da empregabilidade gerada pelas mesmas, o seu contributo para a melhoria das infraestruturas de “bem-estar” e as suas políticas ambientais. Observa que o modelo de desenvolvimento hoteleiro implementado é assente numa matriz neoliberal, na sua maioria fruto de investimentos estrangeiros ou multinacionais, não garantindo um efeito multiplicador de relevo na economia local que carece de tecido produtivo, sendo a qualidade da sua oferta de emprego muitas vezes precária, não conseguindo contribuir de forma significativa para a melhoria das infraestruturas de “bem-estar” locais e produzindo por vezes custos ambientais indesejáveis. Conclui que se deve repensar o modelo de desenvolvimento turístico do município, retendo-se em Inhambane os benefícios económicos das atividades turísticas praticadas no seu território e transformando a comunidade local no seu principal beneficiário.Downloads
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